Artigo publicado na edição de 4 de julho de O Jornal.
Assim como milhões de brasileiros, jornalistas ou não, eu não acreditei, racionalmente, na seleção. De fato, ao longo dos cinco jogos eu torci, enquanto observava o jogo atentamente para escrever para este caderno.
O meu coração acreditava no Brasil, e até pensei que, com tanta coisa estranha acontecendo nessa Copa, por que a seleção brasileira, favorita pela camisa e nem tão forte pelos jogadores, não poderia ser campeã?
Por diversos fatores, mas quero citar um: a insistência Dunga em formar um grupo coeso e fraco. Tenho a impressão que na partida contra a Holanda, o treinador deve ter pensado algo como “o que eu faço sem reserva?”.
O motivo maior da redação deste texto é uma opinião que comungo com o editor-chefe deste jornal, Salomão Wenceslau, que neste momento está na África do Sul, decepcionado como os torcedores.
Quando em agosto de 2009 recebi o convite para fazer uma entrevista, a fim de integrar a equipe de O Jornal, fiquei muito feliz com a oportunidade de escrever sobre esportes. Minha felicidade aumentou quando notei que meu chefe, Salomão, embora vista muito a camisa do Atlético Goianiense, é Corinthiano como eu.
Nesta sexta-feira, após o jogo, vim para a redação de O Jornal e passei pelos estúdios da Rádio Cultura AM. Na ocasião Salomão fazia comentários e dava informações sobre os momentos pós-jogo, em Porto Elizabeth.
Ainda com um nó na garganta eu entrei no ar e fiz algumas perguntas. Salomão ainda teve a presença de espírito de brincar que a expulsão de Felipe Melo não foi surpresa, mas o passe em profundidade belíssimo para o gol de Robinho, sim.
De fato, ao me despedir, solicitei permissão para publicar algo que resultou neste texto, que é um desabafo corinthiano.Tenho a certeza de que muitos compreenderão e quero deixar claro o caráter opinativo desta redação, me retirando um pouco da tão sonhada imparcialidade jornalística.
Por que o Roberto Carlos não foi pra seleção? Há quem diga que pela idade, ou por ter sido julgado o carrasco de 2006. Mas desde que o lateral esquerdo deixou a seleção brasileira, nenhum jogador conseguiu se firmar na mesma posição.
A paixão clubística me faz (e a muitos) pensar, por que não Ronaldo no ataque, Chicão na zaga e Felipe no gol? Mas eu não vou tão longe. Me limito a falar do Roberto Carlos. Se a Jabulani foi a vilã da Copa (embora existam os árbitros também), nos pés de Roberto Carlos, na pior das hipóteses ela ia sofrer muito, visto o chute forte e rápido do atleta.
As inúmeras cobranças de falta desperdiçadas, poderiam ter sido convertidas em gol. Mas o Dunga preferiu uma equipe sem passado, sem experiência, e com pouco talento. Preferiu se impor a montar uma equipe mais competitiva. E reafirmo, isso porque lembro apenas o Roberto Carlos, porque também tinha o Ronaldinho, o Pato, o Ganso...
Dunga montou um império, uma ditadura, criou caso com jornalistas, bancou o menino rebelde, mandão e egoísta. Não levou em consideração o desejo do hexa e ignorou a frase do ônibus da seleção que dizia “Lotado! O Brasil inteiro está aqui dentro”, pois fez o que quis e como quis.
Sem desmerecer Michel Bastos, porque não é isso que me cabe, a possibilidade de um melhor desempenho pela lateral esquerda com Roberto Carlos era grande. A agilidade do craque de 37 anos ainda impressiona e em Copas do Mundo, experiência é algo que conta muito. O Dunga que o diga. Experiência como treinador ele teve. Cinco jogos, três vitórias, um empate, e uma derrota.
O que fica de experiência pro treinador brasileiro que perdeu o título e provavelmente o emprego é que não adianta querer bater o pé contra quem tem razão.
Deveria ter levado Roberto Carlos, que, mesmo tendo sido considerado o carrasco brasileiro da Copa de 2006, na pior das hipóteses ele arrumaria a meia, mas o gol contra, deixa pro Felipe Melo.
Assim como milhões de brasileiros, jornalistas ou não, eu não acreditei, racionalmente, na seleção. De fato, ao longo dos cinco jogos eu torci, enquanto observava o jogo atentamente para escrever para este caderno.
O meu coração acreditava no Brasil, e até pensei que, com tanta coisa estranha acontecendo nessa Copa, por que a seleção brasileira, favorita pela camisa e nem tão forte pelos jogadores, não poderia ser campeã?
Por diversos fatores, mas quero citar um: a insistência Dunga em formar um grupo coeso e fraco. Tenho a impressão que na partida contra a Holanda, o treinador deve ter pensado algo como “o que eu faço sem reserva?”.
O motivo maior da redação deste texto é uma opinião que comungo com o editor-chefe deste jornal, Salomão Wenceslau, que neste momento está na África do Sul, decepcionado como os torcedores.
Quando em agosto de 2009 recebi o convite para fazer uma entrevista, a fim de integrar a equipe de O Jornal, fiquei muito feliz com a oportunidade de escrever sobre esportes. Minha felicidade aumentou quando notei que meu chefe, Salomão, embora vista muito a camisa do Atlético Goianiense, é Corinthiano como eu.
Nesta sexta-feira, após o jogo, vim para a redação de O Jornal e passei pelos estúdios da Rádio Cultura AM. Na ocasião Salomão fazia comentários e dava informações sobre os momentos pós-jogo, em Porto Elizabeth.
Ainda com um nó na garganta eu entrei no ar e fiz algumas perguntas. Salomão ainda teve a presença de espírito de brincar que a expulsão de Felipe Melo não foi surpresa, mas o passe em profundidade belíssimo para o gol de Robinho, sim.
De fato, ao me despedir, solicitei permissão para publicar algo que resultou neste texto, que é um desabafo corinthiano.Tenho a certeza de que muitos compreenderão e quero deixar claro o caráter opinativo desta redação, me retirando um pouco da tão sonhada imparcialidade jornalística.
Por que o Roberto Carlos não foi pra seleção? Há quem diga que pela idade, ou por ter sido julgado o carrasco de 2006. Mas desde que o lateral esquerdo deixou a seleção brasileira, nenhum jogador conseguiu se firmar na mesma posição.
A paixão clubística me faz (e a muitos) pensar, por que não Ronaldo no ataque, Chicão na zaga e Felipe no gol? Mas eu não vou tão longe. Me limito a falar do Roberto Carlos. Se a Jabulani foi a vilã da Copa (embora existam os árbitros também), nos pés de Roberto Carlos, na pior das hipóteses ela ia sofrer muito, visto o chute forte e rápido do atleta.
As inúmeras cobranças de falta desperdiçadas, poderiam ter sido convertidas em gol. Mas o Dunga preferiu uma equipe sem passado, sem experiência, e com pouco talento. Preferiu se impor a montar uma equipe mais competitiva. E reafirmo, isso porque lembro apenas o Roberto Carlos, porque também tinha o Ronaldinho, o Pato, o Ganso...
Dunga montou um império, uma ditadura, criou caso com jornalistas, bancou o menino rebelde, mandão e egoísta. Não levou em consideração o desejo do hexa e ignorou a frase do ônibus da seleção que dizia “Lotado! O Brasil inteiro está aqui dentro”, pois fez o que quis e como quis.
Sem desmerecer Michel Bastos, porque não é isso que me cabe, a possibilidade de um melhor desempenho pela lateral esquerda com Roberto Carlos era grande. A agilidade do craque de 37 anos ainda impressiona e em Copas do Mundo, experiência é algo que conta muito. O Dunga que o diga. Experiência como treinador ele teve. Cinco jogos, três vitórias, um empate, e uma derrota.
O que fica de experiência pro treinador brasileiro que perdeu o título e provavelmente o emprego é que não adianta querer bater o pé contra quem tem razão.
Deveria ter levado Roberto Carlos, que, mesmo tendo sido considerado o carrasco brasileiro da Copa de 2006, na pior das hipóteses ele arrumaria a meia, mas o gol contra, deixa pro Felipe Melo.